Mulheres Reais

Archive for fevereiro 3rd, 2010

     O portal Terra, um dos maiores do país, estampou a seguinte manchete em sua página principal: “Relembre as BBBs menos bonitas de todas as edições”. O que leva um veículo de imprensa, que se apresenta sério e de credibilidade, a agir de maneira tão preconceituosa? Pior: tenta disfarçar porcamente a intenção pejorativa usando um eufemismo, “menos bonitas”, quando a intenção é óbvia em ressaltar as “mais feias” do reality show.

     Ao acessar a galeria de fotos, lá estão a motoqueira Léa, a vovó Naná, a comissária de bordo Cida, a dona de casa Marielza, a doutora em lingüística Elenita, entre outras. Imagine a tensão emocional dessas mulheres ao tomar conhecimento de tamanha exposição negativa na internet. Coloque-se no lugar delas: você abre um site e vê sua foto indicada como uma das mulheres mais desinteressantes, para não dizer barangas, da história do Big Brother Brasil. Qual seria a sua reação? Rir, como se fosse uma piada inocente? Ou levar um soco na autoestima?

     O preconceito estético é medonho, assim como o preconceito racial, religioso, filosófico, enfim, como todo e qualquer tipo de discrimação e segregação. O que o Terra quer ao elencar as “menos bonitas” do BBB? Que todos os internautas riam delas? Que se eleja a mais feia entre as feias? Que essas feias corram para o consultório de um cirurgião plástico a fim de ficarem lindas como as popozudas que fazem sucesso no reality?

     Ouvir uma citação preconceituosa da boca de uma pessoa ignorante é previsível. Porém constatar isso de um grande veículo jornalístico como pretende ser o Terra, é decepcionante, revoltante e preocupante.

“Você é gordinha, mas tem um rosto lindo”. Quantas vezes já não ouviu um “elogio” assim, seja para você ou uma amiga? Pois é. O rosto lindo seria uma espécie de compensação pelo excesso de peso. É o mesmo que dizer: “Você tá um monstro de gorda, mas a cara boa te salva, tá, queridinha?”.

A frase “Você é gordinha, mas tem um rosto lindo” é clichê, mas representa bem a relação ácida entre as mulheres. Quem isso sente o que por aquela pessoa? Desprezo? Inveja? Piedade? Já sabemos que a mulher se produz pensando primeiramente em causar impacto nas outras mulheres, e só depois nos homens. Afinal, eles quase não reparam em vestido, maquiagem, cabelo, celulite… Mas as “amigas” e o mulheril em geral, ah!, essas reparam, observam, comentam, fofocam, ironizam, criticam, julgam… “Olha a bunda daquela ali, que enorme!”… “Cruzes, veja os peitos caídos daquela fulana!”… “Gente, aquela lá não tem vergonha de ficar com o barrigão de fora?”…

Essa “sinceridade” tipicamente feminina é deliciosa, ainda que tenha o poder de magoar. Basta uma atriz engordar dois ou três quilos e todos já avançam sobre ela: “Tá grávida? Comeu demais? Ficou doente?”. Na vida real, quando alguém encontra você, te examina dos pés à cabeça, e diz: “Nossa, como você tá diferente…”, é provável que tenha pensado: “Nossa, como ela engordou! Que traste!”.

Não há como escapar das línguas venenosas e dos olhares de raio-X. Então, da próxima vez que você se sentir monitorada por uma mulher, faça cara de poderosa e sexy, jogue o cabelo, abra um sorriso confiante e, ao ir embora, dê uma rebolada fatal. Mostrar-se feliz e de bem com o seu corpo é a melhor tática contra as futriqueiras de plantão.

Faça uma pesquisa básica entre suas amigas gordinhas: quantas delas gostariam de ser magra? É provável que todas, exatamente 100%, afirmem a vontade de ter um corpo esbelto, sem qualquer sinal de sobrepeso. Ser gorda não é uma opção. É possível modificar outras coisas, como a cor do cabelo (há uma infinidade de tinturas) e a cor dos olhos (existem lentes de contato com aspecto bem natural). Porém não é possível simplesmente “escolher” ser ou ficar magra. Existem inúmeros casos de mulheres que eram obesas e hoje são classificadas magras. Elas fizeram regime rigoroso ou algum tipo de cirurgia no estômago. Mas, na prática, elas serão eternas reféns da balança, assim como eram na época da obesidade. Quem nunca ouviu aquela frase terrível: “Você não é magra porque não quer. Basta fazer força para emagrecer”. Parece tão fácil, não é? “Basta fazer força”. Ah, tá, então manda avisar o cérebro, para que ele direcione uma forcinha extra para ajudar as gordas a eliminar peso. Há ainda uma declaração mais preconceituosa e injusta: “Fulana não emagrece porque é sem vergonha, come sem parar”. Sim, existem mulheres (e homens também, logicamente) que sofrem de compulsão ou mesmo gulodice. Mas a maioria das pessoas com algum grau de obesidade tem algum tipo de distúrbio emocional ou biológico. Jamais conseguirão emagrecer por conta própria sem ajuda profissional, seja terapia, medicação e/ou planilha de atividade física. Quando nascemos, nenhum anjo oferece um cardápio para realizarmos as principais escolhas da sua vida: gordo ou magro, alto ou baixo, rico ou pobre, hétero ou homossexual, feliz ou infeliz. Já chegamos ao mundo carregados de herança genética e expostos às influências do ambiente no qual iremos viver. Melhor seria se cada pessoa pudesse determinar os pontos fundamentais da sua existência. Na falta desse poder, vivemos uma realidade que foge ao nosso controle. Em alguns casos, é possível (re)adaptá-la: todo gordo pode emagrecer. Não faltam métodos para ajudá-lo. Em resumo, é preciso entender que podemos fazer opções na vida, como escolher o modelo do carro ou o destino da próxima viagem de férias. Mas, em relaçao ao nosso corpo, quase tudo está nas mãos do “acaso”. Por isso, não se culpe tanto por ser/estar gorda. Não é sua “culpa”. Você pode até contribuir para o problema (comer em excesso, ser ociosa, abandonar o amor próprio…), mas o fundamento da obesidade está além da sua escolha. Pare de se condenar e busque ajuda.


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Vanessa Pichinin, vencedora do Concurso Plus Size Mais Chique 2013, realizado em maio, no Hotel Tryp Higienópolis, em São Paulo

MISS PLUS SIZE MULHERES REAIS 2013: AMÁLI FERNANDES

MISS PLUS SIZE SÊNIOR 2013: ADRIANA CHICARONI

MISS PLUS SIZE MULHERES REAIS 2012: CARLA MANSO

MISS PLUS SIZE SÊNIOR 2012: MÁRCIA DE SOUSA

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A equipe do desfile Mulheres Reais agradece a todas as modelos participantes do evento. Vocês deram um show de profissionalismo, carisma, elegância e sensualidade

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RETROSPECTIVA: O CALENDÁRIO MAIS BONITO DE 2010

O Calendário-pôster com modelos plus size interpretando pin ups mostrou que a sensualidade independe do peso. Acima, foto inéditas do ensaio e dos bastidores. Na ocasião, a atriz Priscila Marinho gravou matéria exibida no Fantástico em novembro de 2009.

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