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Geisy Arruda é a rainha dos factóides. Quase diariamente ela cria uma “notícia” para conseguir se manter em evidência. Está errada? Não. Afinal, no meio artístico, vale a seguinte regra: quem não é visto, não é lembrado. Ou seja: a manutenção da fama exige visibilidade constante. O problema é que Geisy Arruda quase sempre apela ao bizarro na ânsia de conseguir mais 15 minutinhos de mídia. O episódio mais recente envolve uma foto de seu bumbum, postada no Twitter.
A loura argumentou que a imagem sensual era um presente aos seus mais de 81 mil seguidores no microlog. Alguém acreditou? Não, quase ninguém. Geisy é esperta e sabe que uma foto assim teria repercussão imediata. Pois ela conseguiu: ganhou notinhas nos principais sites de celebridades. Mas, como tudo o que ela faz e diz, o tititi veio acompanhado de polêmica. Os detratores da ex-estudante da Uniban ironizaram a foto e comentaram que Geisy ainda está gorda.
Em resposta às mulheres que criticaram suas formas atuais e a superexposição do corpo no Twitter, ela respondeu: “Mulherada olha o recalque! Eu mudei, melhorei e evolui… A autoestima é uma grande aliada, deixa ela ficar em alta!#ficaadica”. Este pequeno quiprocó virtual revela dois tipos de hiprocrisia. O primeiro é da própria Geisy Arruda. Ela não se satisfez apenas em ter emagrecido e remodelado a silhueta com plásticas, lipoesculturas e tratamentos estéticos. Precisou mostrar isso para todo mundo, como se tivesse a obrigação de provar que não é mais gorda. Ou seja: de que adianta ter um “novo” corpo escondido sob as roupas — é preciso mostrá-lo em detalhes para que todos confiram a mudança.
A segunda versão de hipocrisia vem dos críticos: eles jamais vão aceitar Geisy Arruda. As três principais razões para o desprezo: a moça virou “celebridade” graças a um escândalo; é de origem pobre e culturalmente limitada; e não disfarça a ambição de ser muito famosa e rica. Geisy representa a fama baseada na futilidade, na superficialidade, no descartável, na vulgaridade.
Não fazemos aqui juízo de valor. Afinal, cada um luta com as armas disponíveis. O fato de a loura fazer o possível para não parecer gorda ressalta o medo que ela tem (assim como milhões de mulheres) da discriminação pelos quilos a mais. Este medo é compreensível, mesmo quando baseado exclusivamente na vaidade. Caso Geisy Arruda tivesse uma postura menos exibicionista e assumisse um papel social, seria uma referência para as mulheres que desejam emagrecer e ter um corpo esbelto — ainda que usando recursos extremamente agressivos. Porém, ao optar pelo discurso vazio, ela é somente uma moça que fez de tudo para emagrecer a fim de agradar aos olhos alheios. E o pior: jamais será vista (e tratada) como gostaria.
Preta Gil: amada e detestada
Posted 15 de março de 2011
on:Entre as mulheres com sobrepeso e obesidade, há quem adore Preta Gil. A cantora simboliza força, alegria e sensualidade bem resolvida. É uma referência de sucesso e superação. Mas existe quem não goste da artista. Especialmente de sua insistência em negar que seja gordinha e a postura de se manter distante dos movimentos de valorização da mulher de tamanho maior.
Preta é capa da edição de março da revista “Joyce Pascowitch”. Na matéria, a estrela demonstrou irritação com quem diz que ela é gorda: “É um saco. Não me acho obesa, mas as pessoas têm esse mito. Quando eu era muito garota, criei a personagem maluca e extrovertida para que as pessoas gostassem de mim. Achava que precisava disso para conquistar os outros. Mas a consolidação do trabalho me fez entender que não preciso ser desbocada e doida para ser amada”.
Uma frase. Bastou uma única frase para que Cristiana Oliveira fosse envolvida numa polêmica — ainda que sem qualquer consistência. Em entrevista ao blog 7×7, escrito por colunistas da revista “Época”, a atriz deu uma declaração forte, que foi transformada em manchete: “Sei que estou uma monstra. Joguei minha vaidade no lixo para viver este papel”. Ela se referia ao sacrifício de engordar 15 quilos e ganhar aparência brutalizada para interpretar a prisioneira Araci em “Insensato Coração”. Imediatamente o painel de comentários do blog registrou inúmeras críticas (algumas bastante agressivas) à atriz. Na leitura dos leitores mais radicais, Cristiana Oliveira insinuou que toda mulher gorda é monstruosa.
Diante de tantas manifestações negativas, a jornalista e blogueira Martha Mendonça, que fez a entrevista, postou uma nota ao final do texto: “Estou notando vários comentários inconformados com a frase da atriz “Estou uma monstra”. Mas Cristiana se refere não apenas ao fato de ter engordado 15 quilos, mas a toda sua transformação: está mais musculosa, toda tatuada, com postura e expressão agressivas, sem maquiagem, etc. Na entrevista isso fica claro. Obrigada.”
Está mais do que evidente que Cristiana Oliveira não teve a intenção de ofender os milhões de mulheres com sobrepeso ou obesidade. Até porque a atriz já sentiu na pele o preconceito de ser gordinha. Na adolescência, ela chegou a pesar 105 quilos. Em depoimento à revista “Veja”, alguns anos atrás, Cristiana explicou o motivo de ter ganho tanto peso: “Engordei 40 quilos depois de fazer uma operação de amígdalas. Eu só conversava sobre um assunto: emagrecer. Virei uma chata”. Já a biografia disponível no site oficial da artista apresenta outra versão: “Aos 16, ela teve uma decepção amorosa e precisou enfrentar outro sério problema: a obesidade. Chegou a pesar 105 kg. ‘Foi culpa de um namoradinho, que me deu o fora e eu comecei a engordar’”, diz o texto.
Como se nota, a tentativa de manipular a frase da atriz, tirando-a do contexto e aplicando um verniz discriminatório, foi pura deslealdade ou completa ignorância. Mais uma tolice da patrulha do politicamente correto. Às vezes parece que ainda vivemos o terrível período da censura oficial. Para conferir a excelente entrevista de Cristiana Oliveira, na qual ela relata como engordou para o papel e o medo do fantasma da obesidade, clique AQUI.
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